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Por meio de tudo isso nos foram dadas as preciosas promessas, a fim de que vos tornásseis participantes da natureza divina.
Leitura da Segunda Carta de São Pedro 1,2-7
Aclamação ao Evangelho Cf. Ap 1,5ab
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Jesus Cristo, a fiel testemunha,
Agarraram o filho querido, o mataram, e o jogaram fora da vinha.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 12,1-12
Santos Carlos Lwanga e companheiros, mártires
“Pegarei na tua mão. Se tivermos que morrer por Jesus, morreremos juntos, de mãos dadas”: eis as últimas palavras pronunciadas por Carlo Lwanga e dirigidas ao jovem Kizito, que morreu com ele, com apenas 14 anos de idade, por ódio à fé. Seu martírio foi compartilhado com outros companheiros, católicos e anglicanos, vítimas das perseguições contra os cristãos, ocorridas em Uganda, no final do século XIX.
A história destes santos mártires deu-se sob o reinado de Mwanga II, rei de Buganda (hoje parte de Uganda), entre novembro de 1885 e meados de 1886.
Carlos pertencia ao clã de Ngabi, mas foi atraído pelas palavras do Evangelho, proferidas e testemunhadas pelos Missionários da África, mais conhecidos como “Padres Brancos”, fundados pelo Cardeal Lavigerie.
O jovem Lwanga converte-se ao cristianismo e, em 1885, foi convocado pelo tribunal para ser prefeito da Sala Real. Desde o início, tornou-se um ponto de referência para os outros, de modo particular, para os recém-convertidos, cuja fé apoiou e encorajou.
No início, o rei Mwanga – que também fora educado pelos “Padres Brancos”, embora fosse muito teimoso e rebelde – acolheu Lwanga com benevolência.
Depois, instigado pelos feiticeiros locais, que viam o poder do rei comprometido pela força do Evangelho, Mwanga começou uma verdadeira e própria perseguição contra os cristãos, sobretudo por não cederam aos seus desejos dissolutos.
Em 25 de maio de 1886, Carlos Lwanga foi condenado à morte, junto com outros. No dia seguinte, começaram as primeiras execuções.
Para aumentar o sofrimento dos condenados, o soberano decidiu transferi-los para o Palácio Real de Munyonyo, em Namugongo, lugar das penas capitais: as 27 milhas, que separavam os dois lugares, se tornaram 27 milhas de uma verdadeira “Via Sacra”. Ao longo do caminho, Carlos e seus Companheiros foram submetidos à violência dos soldados do rei, que tentavam, com todos os meios, fazer com que renunciassem à sua fé. Em oito dias de caminhada, muitos morreram transpassados pelas lanças, enforcados e até pregados em árvores.
No dia 3 de junho, os sobreviventes chegaram exaustos à colina Namugongo, onde deviam enfrentar uma fogueira. Carlos Lwanga e seus Companheiros, junto com alguns fiéis anglicanos, foram queimados vivos. Eles rezaram até o fim, sem gemer, dando prova luminosa de uma fé fecunda. Um deles, Bruno Ssrerunkuma, disse, antes de expirar: “Uma fonte, que tem muitas fontes, jamais secará. Quando nós não existirmos mais, outros virão depois de nós”.
Em 1920, Bento XV proclamou a Beatificação destes mártires. Quatorze anos depois, em 1934, Pio XI elevou Carlos Lwanga “Padroeiro da Juventude da África cristã”. Por fim, Paulo VI canonizou todo o grupo, em 18 de outubro de 1964, durante o Concílio Vaticano II. O mesmo Papa Montini, quando da sua viagem a Uganda, em 1969, consagrou o altar-mor do Santuário de Namugongo, construído no lugar do martírio. A forma da igreja, que lá surgiu, se parece com uma cabana africana tradicional, apoiada em 22 pilares, que representam os 22 mártires católicos ugandenses.
Em 28 de novembro de 2015, durante sua XI Viagem Apostólica a Uganda, o Papa Francisco celebrou Missa no mesmo Santuário, após visitar a vizinha igreja Anglicana, também dedicada aos mártires do país.
Em sua homilia, o Papa disse: “Hoje, recordamos com gratidão o sacrifício dos Mártires ugandenses, cujo testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja atingiu até os confins da terra; recordamos também lembramos os Mártires anglicanos, cuja morte por Cristo testemunha o ecumenismo do sangue… vidas assinaladas pelo poder do Espírito Santo; vidas que, ainda hoje, dão testemunho do poder transformador do Evangelho de Jesus Cristo”.
Fonte: Vatican News
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